Destaques Em sintonia com debates da COP30, projeto instalará bibliotecas feitas de geladeiras recicladas em quatro cidades pernambucanas

Em sintonia com debates da COP30, projeto instalará bibliotecas feitas de geladeiras recicladas em quatro cidades pernambucanas


Mutirão cultural e ambiental percorrerá, nesta sexta-feira (7), três cidades da Região Metropolitana do Recife e uma no Agreste, promovendo leitura, economia circular e fortalecimento da memória negra no Mês da Consciência Negra

Nesta sexta-feira, 7 de novembro, um mutirão cultural e ambiental percorrerá quatro cidades pernambucanas para instalar geladeiras transformadas em bibliotecas comunitárias. A ação integra a segunda etapa do projeto “Geloteca – Pincelando com as Palavras e Representatividade Cultural”, idealizado pela escritora e professora antirracista Odailta Alves e pela artista visual internacional Whittney de Araújo, com financiamento do Programa Nacional Aldir Blanc de Pernambuco (PNAB-PE).

A iniciativa se somará ao debate global sobre clima, em sintonia com a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática de 2025, a COP30. A edição iniciada nessa quinta-feira, 6 de novembro, em Belém, no Pará, reúne representantes de mais de 40 países, autoridades internacionais, povos tradicionais e pesquisadores para discutir preservação ambiental, economia de baixo carbono e o papel de territórios como a Amazônia no equilíbrio climático do planeta. 

Enquanto líderes globais negociam ações macro, o projeto Geloteca evidenciará que a proteção ambiental também se constrói no cotidiano das comunidades, através de práticas simples como a economia circular, o reaproveitamento de materiais e a educação ambiental a partir de experiências coletivas.

As geladeiras reutilizadas ganharão nova função como bibliotecas abertas, disponíveis para todos os públicos. Crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência das localidades envolvidas aguardam a chegada das gelotecas como um momento de celebração e pertencimento. A proposta reforça que cuidado com o meio ambiente, cultura e educação podem caminhar juntos de forma concreta.

A ação também marcará o Mês da Consciência Negra, reafirmando a importância da memória ancestral e a valorização das produções literárias negras. Parte significativa do acervo de livros das gelotecas será doado pelo coletivo Mala Preta, reconhecido pela circulação da literatura negra em saraus, feiras e eventos culturais.

Três das cidades que receberão as gelotecas são: Recife, Olinda e Camaragibe, na Região Metropolitana. A quarta cidade é Bom Jardim, situada na região do Agreste Setentrional.

O mutirão terá início às 8h, no Centro Cultural Daruê Malungo, em Chão de Estrelas, Recife, onde será instalada a geloteca em homenagem a Mestre Meia Noite, Vilma e seus filhos, com pintura inspirada na dança e nos toques de tambor. Às 10h, a caravana seguirá para o Terreiro de Mãe Amara, no bairro de Dois Unidos, também no Recife, onde a geloteca será dedicada a Mãe Amara, Mãe Maria Helena e suas filhas, em pintura que evocará águas ancestrais e cuidado matriarcal.

Ao meio-dia, a instalação seguirá para o Ilê Axé Oxum Ipondá, em Olinda, com homenagem à ialorixá Mãe Lu, em tons de amarelo e símbolos ligados a Oxum. Às 14h, será instalada a geloteca na Escola Nossa Senhora do Carmo, em Camaragibe, em celebração às professoras da rede pública. O percurso se encerrará às 16h, no Museu de Bom Jardim, Agreste Setentrional, onde a geloteca homenageará o professor Edgar, referência na história educacional do município.

As obras de Whittney de Araújo, com traços largos e figuras retintas, reafirmarão a estética negra como centro de criação, enquanto a curadoria literária de Odailta Alves conectará leitura, identidade, afeto e pertencimento como prática de comunidade.

Carlos Peruca 07 nov 2025 - 19:55m

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