Destaques Celebração a São Pedro conclui tríade dos santos juninos

Celebração a São Pedro conclui tríade dos santos juninos


Os santos do mês de junho reúnem tradição, devoção e cultura popular.

As festas juninas, celebradas ao longo de junho, são uma das manifestações culturais mais fortes do Nordeste. Reunindo cores, sabores, músicas, danças e fé, essas festividades são dedicadas a três importantes personagens do catolicismo: Santo Antônio (13), São João Batista (24) e São Pedro (29).

Celebrado em 29 de junho, São Pedro é considerado uma das figuras mais importantes do cristianismo e do ciclo junino. Conhecido como o “príncipe dos apóstolos” e “guardião das chaves do céu”, seu nome é o mais citado nas Escrituras Sagradas depois de Jesus Cristo.

O santo também se tornou conhecido como um trabalhador do mar e, por isso, é considerado o santo protetor das comunidades pesqueiras, sendo festejado por meio de celebrações distintas que costumam reunir um grande número de pessoas.

Uma das mais conhecidas é a tradicional Festa de São Pedro dos Pescadores, realizada em Fortaleza. A festa acontece desde 1930 e configurou-se como o primeiro bem imaterial registrado na cidade, incluído no Livro das Celebrações.

Segundo o padre Joanderson Marinho, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Cuitegi (PB), “ele sempre aparece em primeiro lugar nas listas dos doze apóstolos e teve papel de liderança evidente logo após Pentecostes”. Jesus confiou a Pedro o cuidado da Igreja. Após sua ascensão, os apóstolos, liderados por Pedro, assumiram essa missão, por isso o Papa é reconhecido como seu sucessor.”

São João: o principal personagem da festa junina

Homenageado em 24 de junho, e considerado o principal ícone dos festejos juninos, São João Batista, é também um dos personagens mais celebrados nos rituais da Igreja Católica. De acordo com o padre Joanderson, “São João é o precursor do Salvador e primo de Jesus Cristo. A data da sua festa, exatamente seis meses antes do Natal, remete ao anúncio feito por Maria à sua prima Isabel, mãe de João.”

A fogueira, símbolo forte das comemorações da festa que leva o seu nome, tem origem europeia, mas no Nordeste tornou-se expressão de fé e união. “Ao redor da fogueira, as famílias rezam, compartilham comidas típicas e celebram juntas”, afirma o padre.

Na véspera de São João, o batismo na fogueira é um gesto simbólico que reforça os laços afetivos e preserva a cultura popular. Realizado ao redor das cinzas da fogueira, o ritual envolve o afilhado pedindo a bênção ao padrinho por quatro vezes.

Luana Nunes, que viveu a experiência na infância, relembra o momento com carinho: “É uma tradição simples, mas cheia de significado.” Durante o batizado, é comum o padrinho dizer: “Neste dia abençoado de São João, eu te batizo como meu afilhado de fogueira. Que essa chama aqueça nossa amizade e traga alegria a cada festa junina.”

Santo Antônio: fé, história e solidariedade

Celebrado em 13 de junho, Santo Antônio é um dos santos mais queridos do ciclo junino. Conhecido como o “santo casamenteiro”, sua fama vem de ações concretas. Segundo o padre Alexandre Moreira, da Igreja de Santo Antônio, em Campina Grande (PB), “o santo ajudava moças pobres a conseguirem dotes para o casamento com o apoio de pessoas generosas.” O padre explica ainda que “ele é muito mais do que isso. É o santo da caridade, que nos inspira a viver o amor ao próximo”, afirmou.

Em Campina Grande, a crença em Santo Antônio com santo casamenteiro é tão levada a sério que um dos momentos ápices de O Maior São João do Mundo é o casamento coletivo, realizado todos os anos no Parque do Povo, nas vésperas do Dia de Santo Antônio. E, até mesmo os que não se consideram devotos do santo, costumam participar do evento, sob as bençãos do santo.

Um dos exemplos é Valéria Oliveira e Lucas Paulino, um dos diversos casais que participaram da solenidade realizada este ano. “Acreditar, eu não acredito muito não. Mas é o dia do Santo Casamenteiro, né? Então tem que ter uma fezinha de que vai dar certo”, comentou Valéria, em tom bem-humorado ao ser entrevistada pela equipe do Repórter Educom. E, desta maneira, o Santo Antônio e demais santos juninos vão se perpetuando nas festas juninas e na memória das pessoas, religiosas ou não.

Por esse motivo, como explica o padre Alexandre Moreira, comemorar o São João, de modo geral, é muito mais que uma tradição festiva. Para o sacerdote, é também uma forma de valorizar os exemplos de fé que moldam a identidade cultural do Nordeste. O que faz acreditarmos, por outro lado, que as festas juninas são mais do que celebrações populares: são um reencontro com a fé, a tradição e a história de santos que continuam iluminando caminhos e fortalecendo a identidade cultural do povo nordestino.

Texto: Nayara Rocha
Repórter: Nayara Rocha, Clara Santos e Mônica Pacheco
Repórter Fotográfico: Rian Tavares e Clara Santos
Edição: Mariana Cantalice

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Carlos Peruca 28 jun 2025 - 20:36m

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