
Exposição solar sem proteção também pode causar câncer nas pálpebras, alertam especialistas
Uso de óculos escuros com proteção UV é essencial para prevenir doenças graves, como o câncer de pele nas pálpebras.
Assim como a pele, os olhos também sofrem os efeitos nocivos da radiação ultravioleta. A exposição prolongada e desprotegida ao sol pode levar ao desenvolvimento de cânceres nas pálpebras e até mesmo na conjuntiva, que é a membrana que cobre a superfície branca dos olhos e o interior das pálpebras.
A radiação UV pode provocar desde inflamações e catarata precoce até tumores malignos em estruturas oculares. “A gente pode ter câncer de pele na pálpebra, câncer na conjuntiva, exatamente pela exposição aos raios solares. Para prevenir, é necessário utilizar chapéu e principalmente óculos escuros com proteção ultravioleta certificada”, orienta a oftalmologista Hayana Rangel, do Hospital Santa Luzia.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO), os tumores palpebrais representam um grupo de lesões que podem ser benignas ou malignas, sendo o carcinoma basocelular (CBC) o tipo mais comum, seguido pelo carcinoma espinocelular (CEC), mais agressivo. A SBCPO também destaca que a detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento, que pode incluir desde a cirurgia convencional até técnicas especializadas como a cirurgia de Mohs, em casos mais complexos.
Em 2024, a apresentadora Juliana Sana revelou, em entrevista ao portal UOL, que passou a ter mais atenção às regiões mais sensíveis do corpo após ser diagnosticada com câncer de pele. Acostumada a surfar por horas sem o uso de protetor solar ou qualquer outro tipo de proteção, ela compartilhou: “Eu tive câncer nessa região do olho, onde muitas pessoas esquecem do fator de proteção. Por isso, alerto sobre os cuidados com a pálpebra”.
Os tumores costumam surgir como pequenas lesões que não cicatrizam, podendo evoluir para verrugas e sangramentos locais. Mudanças em pintas que surgem nessa região exigem avaliação médica imediata, pois, embora raros, melanomas oculares podem ser graves. É preciso observar se a pinta tem assimetria, bordas irregulares, cor variada, diâmetro maior que 6 mm e a evolução da lesão.
O diagnóstico é realizado através de consultas ao oftalmologista, com exames clínicos e de biópsia. Já o tratamento pode ser realizado através de remoção cirúrgica ou radioterapia, a depender de cada caso e com protocolos individuais definidos pela equipe multidisciplinar responsável pelo paciente.
PREVENÇÃO
O uso de óculos escuros adequados e certificados, que bloqueiam 100% da radiação UVA e UVB, é uma das principais formas de proteção. Modelos sem certificação podem ser perigosos, pois dilatam a pupila e permitem maior entrada de raios nocivos.
Além dos óculos, o uso de chapéus de aba larga, uso de protetor solar à prova d’água e com textura leve e hidratante e fator de proteção (FPS) acima de 30 e evitar a exposição direta ao sol nos horários mais quentes são práticas recomendadas por oftalmologistas.
Para crianças, cuja estrutura ocular ainda está em formação, os cuidados devem ser redobrados.
A conscientização sobre o câncer ocular ainda é baixa, mas a prevenção é simples e eficaz. A adoção de hábitos protetores pode evitar danos irreversíveis à visão e garantir mais saúde para os olhos.

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