Mudança de rota na direita leva lideranças ao Partido Novo
Um movimento de reacomodação no campo da direita, na Região Metropolitana do Recife, ganhou contornos oficiais nesta semana com a filiação do empresário Cacau Nunes ao Partido Novo. O ato, realizado na quarta-feira (15) na sede estadual da sigla, no bairro da Torre, no Recife, contou com a presença do presidente estadual, Tecio Teles, e dos vereadores Felipe Alecrim e Eduardo Moura, e marcou a saída de Nunes do PL após conquistar uma primeira suplência de vereador nas eleições de 2024.
O empresário — que assumirá de imediato a presidência do Novo em Paulista — vinculou a mudança a um desalinhamento com a política tradicional local e a uma tentativa de reconstrução de uma alternativa liberal de gestão, que se some ao conservadorismo nos costumes . “O Novo tem o mesmo DNA que eu carrego. Acredito que só com integridade e competência na gestão pública conseguiremos mudar o nosso município, o Estado e o país”, disse. Segundo ele, pesou na decisão “a indignação com a velha política, com os desvios de conduta sendo normalizados, com a falta de consequência ética”.
A migração de Cacau Nunes não é isolada. Outras lideranças da direita em Paulista, igualmente insatisfeitas, negociam ou já confirmaram adesão ao Novo com vistas às eleições de 2026. A avaliação é que os partidos se distanciaram dos princípios liberais e conservadores, perdendo o foco em responsabilidade fiscal, integridade ética e governança.
Em discurso de filiação, Nunes — conhecido no meio empresarial, sobretudo no setor educacional — projetou metas explícitas: reorganizar a base municipal do Novo, atrair nomes do empresariado e movimentos cívicos e conservadores e iniciar, ainda em 2025, uma agenda de debates e encontros preparatórios para a montagem de chapas competitivas para o próximo pleito. “Queremos oferecer à população uma alternativa verdadeiramente de direita, consistente e moderna para 2026”, afirmou.
Com a presidência municipal nas mãos de Nunes, a direção estadual do Partido Novo aposta que Paulista será um dos polos de expansão da legenda na Região Metropolitana. O plano — declarado pelas lideranças recém-chegadas — é ocupar o espaço aberto pelas fraturas internas na direita local e testar nas urnas, já em 2026, um discurso que combine austeridade econômica com discurso conservador nos costumes.




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