 
    Deputados debatem sobre operação policial no Rio de Janeiro
Deputados estaduais divergiram nesta quarta -feira (29) na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que mobilizou forças nos complexos do Alemão e da Penha. Joel da Harpa (PL), Dani Portela (PSOL) e João Paulo (PT) subiram à tribuna para tratar do caso e trocaram críticas que espelham a polarização nacional sobre ações de segurança pública.
João Paulo
João Paulo (PT) repudiou a operação e buscou enquadrá-la como consequência de problemas sociais. Em seu discurso, afirmou que a violência armada tem origem em desigualdades — desemprego e falta de oportunidades — e que é preciso enfrentar as causas que levam a juventude à criminalidade, em vez de adotar apenas respostas meramente repressivas.
Joel da Harpa
Em forte contraponto, o ex-policial militar Joel da Harpa — defensor das forças de segurança pública na Alepe — classificou o discurso de João Paulo como equivocado e acusou a esquerda de relativizar a violência cometida por criminosos armados. Ele elogiou o trabalho das forças policiais fluminenses e afirmou que o Estado precisa ter coragem para enfrentar o crime organizado. O parlamentar questionou o discurso de que traficantes seriam “vítimas da sociedade” e afirmou que esse tipo de narrativa enfraquece o combate à criminalidade.
“Agora essa história de dizer que é vítima da sociedade… o cara com um fuzil do tamanho de um trem na mão? Esse é o discurso da esquerda, o discurso do grande chefe da esquerda desse país, o presidente Lula, que disse há uma semana que o traficante é vítima do usuário. Mas eu pergunto: de que lado nós estamos? Do lado do Estado, com sua polícia para defender a sociedade, ou do lado do crime que se arma com centenas de fuzis e drones?”, questionou Joel da Harpa.
O deputado também parabenizou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pela condução da operação, e criticou o governo federal por, segundo ele, não ter dado o devido apoio. “Eu quero comemorar e parabenizar o governador Cláudio Castro, ao contrário do governo federal, que não se colocou à disposição. O governador do Rio pediu apoio várias vezes para essa operação, mas o chefinho da bandidagem, o ex-detento Lula, jamais iria mandar reforço, porque sabia que, quando a polícia entrasse, muita gente iria perder a vida”, afirmou.
Joel disse ainda que não comemora mortes, mas defende a ação firme da polícia diante de criminosos fortemente armados: “Não estou aqui parabenizando as mortes, porque sou a favor da vida. Mas quem pegar em fuzil para enfrentar a polícia, desafiar o Estado, tem que levar bala. Essa história de dizer que é vítima da sociedade — nós é que somos vítimas deles”, enfatizou.
O parlamentar encerrou o pronunciamento reforçando seu compromisso com a defesa dos profissionais de segurança pública e dizendo que continuará usando a tribuna da Alepe para defender os policiais. “Deputado eu estou, policial eu sou — e serei até o fim da minha vida”, declarou.
Dani Portela
Dani Portela (PSOL) apresentou avaliação oposta: classificou a operação como desproporcional e chegou a usar a palavra “chacina” para descrever o alto número de vítimas, além de lembrar que as políticas de segurança historicamente atingem de forma mais dura corpos negros e periféricos. A parlamentar cobrou medidas que ataquem a estrutura do crime — como bloqueio de armas e combate a lavagem de dinheiro — em vez de militares que, em sua visão, aumentam a letalidade nas favelas.
A discussão na tribuna da Alepe deixa claro que a repercussão da operação no Rio seguirá dividindo parlamentares e especialistas, entre quem defende a prioridade ao enfrentamento armado das facções e quem pede respostas combinadas — segurança com políticas sociais e medidas para reduzir a letalidade policial.
 
                


 
         
         
         
         
         
        
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