Evento será aberto ao público no sábado (11/10), a partir das 22h, em Amaro Branco

No sábado (11/10), o coração de Olinda volta a pulsar com o batuque do coco de roda na celebração dos 25 anos do grupo A Cocada, referência incontornável da cultura popular pernambucana. O encontro, marcado para as 22h no Ponto de Cultura A Cocada, localizado na Praça do Amaro Branco, quilombo urbano que há séculos resiste no litoral olindense, promete ser uma noite de festa, memória e resistência cultural. A programação contará com a força contagiante de uma grande Sambada de Coco, reunindo Mestre Bidoga, Coco do Farol e outros convidados especiais, além do tradicional “parabéns” coletivo à meia-noite, quando a festa se transforma em ritual de celebração da vida comunitária.

Nascido no bairro do Amaro Branco, um dos mais tradicionais territórios quilombolas urbanos do país, o grupo A Cocada se consolidou como guardião do coco de roda, um dos símbolos mais marcantes da identidade cultural pernambucana. Ao longo de sua trajetória, o grupo vem reunindo artistas, mestres da tradição, jovens e moradores em torno de uma mesma energia: cantar, tocar e dançar para preservar o legado de seus antepassados.

Desde a sua fundação, A Cocada construiu uma história marcada por projetos que unem tradição, formação e celebração. Entre eles, o “Celebração – Se Tem Coco, Tem Cocada”, encontro que convoca mestres e grupos de várias regiões, e o “Abril pro Coco”, que fomenta diálogos entre gerações por meio de oficinas, rodas de conversa e apresentações abertas. A cada segundo sábado do mês, há 12 anos, a Sambada da Cocada transforma a sede do grupo em palco vivo da cultura popular, reunindo público diverso em torno do ritmo que ecoa o território.

Durante o Carnaval, A Cocada expande sua força com o bloco que leva o mesmo nome. O primeiro e único bloco de coco de roda do mundo, que arrasta multidões pelas ladeiras de Olinda, reafirmando que a cultura popular tem voz e lugar no centro da festa.

Mais recentemente, o grupo lançou a iniciativa “A Cocadinha”, formada por crianças do bairro que aprendem o coco com o Mestre Beto, garantindo que a tradição siga firme nas novas gerações. Em 2025, A Cocada também conquistou o reconhecimento como Ponto de Cultura, título que fortalece sua sustentabilidade institucional e abre caminho para ampliar formações, intercâmbios culturais e ações comunitárias voltadas a jovens e moradores do quilombo.

A cada batuque, A Cocada reafirma sua essência: ser mais que um grupo artístico, mas um movimento vivo de valorização, resistência e perpetuação da cultura popular. No próximo dia 11 de outubro, esse legado se encontra com o presente em uma noite histórica de celebração.