
Numa experiência inédita, bicampeão mundial de parasurf disputa dois campeonatos quase simultâneos em Pernambuco
Entre os projetos do atleta Roberto Pino está a fundação de uma ONG voltada para o incentivo e estímulo da prática de surf no Estado
Tricampeão brasileiro e bicampeão mundial do surf adaptado, o surfista Roberto Pino, 48 anos, prepara-se para enfrentar dois novos desafios e aumentar a coleção de títulos. Portador de nanismo, o atleta profissional competirá em dois campeonatos no mesmo final de semana, em Pernambuco. Será uma experiência inédita, já que os campeonatos exigem muito esforço e concentração. Competindo há 13 anos, Pino revela que nunca participou de duas seleções quase ao mesmo tempo.
A primeira competição será o Parasurf Brasileiro de 02 a 05 de outubro, em Pernambuco. Pino participará na categoria baixa estatura, de olho no campeonato mundial que acontecerá em novembro deste ano. A competição seguinte será de 04 a 05 de outubro, durante a terceira etapa do circuito pernambucano na categoria surf adaptado. As duas competições serão realizadas na praia do Borete, em Ipojuca.
Na competição da Confederação Brasileira de Surf (CBsurf), entidade responsável por organizar e desenvolver o surf no Brasil, Pino, que já é bicampeão mundial, revelou que buscará o tetracampeonato brasileiro. Além do novo título, o objetivo é incentivar novos atletas e mostrar que, apesar das dificuldades do cotidiano, é possível realizar novos sonhos. Um deles é o de ver a International Surfing Association (ISA) reinserir no campeonato mundial a categoria de baixa estatura, extinta no ano passado, para que ele possa voltar a competir.
A ISA fez algumas modificações nas regras do evento e uma delas foi a remoção de surfistas com baixa estatura da categoria PSS1, que agora será disputada por atletas que pegam ondas de pé com dificuldade na parte superior do corpo.
Projetos sociais
Por falar em sonhos, Roberto Pino pretende criar uma ONG voltada para incentivar e estimular a prática de surf no estado. “Acredito que com minha dedicação, perseverança e amor ao esporte, eu posso motivar outras pessoas a se tornar campeões”, disse.
Seu filho, Otávio Pino, 18 anos, também trilhou o mesmo caminho e se tornou um atleta profissional dividindo a paixão pelo surf. Otávio é tri-vice-campeão brasileiro. Lara, a filha mais nova de Pino, 16 anos, também compartilha o amor pelo esporte e ostenta o título de campeã brasileira do parasurf.
Enquanto os campeonatos não chegam, Pino embarca na companhia do médico psiquiatra, surfista e apoiador Tarcio Carvalho, no final deste mês, para treinar na piscina artificial do Boa Vista Village, em Porto Feliz, São Paulo. O espaço tem 220 metros de extensão e ondas de 22 segundos de duração.
O local reproduz ondas e oferece todas as reais condições naturais do esporte. Com piscina artificial é possível realizar tubos, aéreos e diversas manobras num ambiente seguro e controlado. No início do mês, a dupla treinou numa piscina artificial da surfland, em Santa Catarina.
Na avaliação de dr.Tárcio Carvalho, o surf é uma ferramenta poderosa de saúde mental e inclusão. “A história de Pino é um misto de superação, dedicação e inspiração. A bandeira da inclusão que ele levanta através do surf precisa ser ampliada cada vez mais e a ONG deve cumprir esse papel”, comentou o médico.
Seguidores
Além de surfista, Pino procura mostrar, por meio das redes sociais, sua vida de atleta e as manobras durante os treinos como forma de incentivar outras pessoas à prática do esporte, principalmente as portadoras de deficiência.
Em sua conta no Instagram há postagens recentes de vídeos dos seus treinos na praia do Paiva, Litoral Sul do Estado. Um deles atingiu um milhão de visualizações e o outro bateu 20 mil em menos de 24 horas de exibição.
“Isso mostra que estou no caminho certo. Nós temos um lema no surf que é o de não desistir. É cair, respirar e tentar novamente”, enfatizou.



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