Com apoio da Prefeitura do Recife, evento gratuito celebra a potência criativa das comunidades e a força da negritude, até o dia 14 de setembro.

O Compaz Eduardo Campos, localizado no Alto Santa Terezinha, foi palco, nesta terça-feira (10), da abertura oficial da Festa Literária das Periferias de Pernambuco (Flup). Pela primeira vez em território pernambucano, o evento chega ao Recife consolidado como um dos principais encontros literários do Brasil e promete movimentar a cena cultural da cidade até o dia 14 de setembro, com uma programação diversificada e totalmente gratuita.

Com o tema “Saberes Conectados: Negritude em todos os espaços”, a Flup desembarca no Recife para celebrar a potência criativa das comunidades, a força da negritude e a riqueza cultural brasileira. A cerimônia de abertura contou com a presença de importantes nomes do cenário cultural, incluindo Tarciana Portella, coordenadora geral da Flup e co-fundadora do Instituto Delta Zero; Liberto Solano Trindade, filho do homenageado da edição, o saudoso Solano Trindade; Jaqueline Fraga, curadora da festa; Júlio Ludemir, criador da Flup, evento que há 13 anos reverbera no Rio de Janeiro; e Gabriela Moura, secretária executiva da pasta de Cidadania e Cultura de Paz, que acompanhou de perto o início das celebrações.

O anfitrião da noite, Túlio Arruda, secretário de Cidadania e Cultura de Paz do Recife, ressaltou a relevância do evento para a cidade e a importância dos Compaz como plataformas de democratização do acesso à cultura. “A Flup chega para mostrar que os Compaz são espaços de encontro, diálogo e produção de conhecimento. É uma festa que valoriza as vozes das periferias e fortalece o acesso à literatura como direito de todos e todas”, afirmou Arruda. A presença da Flup no Recife, especialmente nos espaços Compaz, reforça o compromisso da gestão municipal em levar conhecimento, cultura e oportunidades para onde mais precisam.

Programação cultural no coração da comunidade
Ao longo de cinco dias, o Compaz Eduardo Campos recebe rodas de diálogo, saraus e lançamentos de livros, reunindo grandes nomes da literatura nacional, como Itamar Vieira Junior, autor do premiado Torto Arado. A proposta é aproximar o público – estudantes, escritores e representantes do setor cultural – da produção literária contemporânea, estimular novos leitores e dar visibilidade às vozes que surgem das periferias.

Compaz como referência
A realização da Flup no Recife reforça o papel do Compaz Eduardo Campos como referência nacional em políticas públicas de cidadania e cultura. Mais do que um centro comunitário, o equipamento integra educação, esporte, cultura e serviços de apoio à população, sendo reconhecido como modelo de inclusão e transformação social.

Flup: trajetória de reconhecimento
Criada em 2012, no Rio de Janeiro, a Flup já foi reconhecida internacionalmente pelo London Book Fair (2016) e recebeu o Prêmio Jabuti (2020) na categoria Fomento à Leitura. Em 2023, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro declarou o festival como Patrimônio Cultural Imaterial. Agora em Pernambuco, o evento fortalece a vocação do Recife como polo cultural e literário.