
Crítica às fragilidades da política de mulheres do Estado é exposta em audiência pública
Vários questionamentos e respostas de pouca profundidade foram as marcas da audiência pública “O aumento do feminicídio em Pernambuco” que aconteceu na manhã da última terça-feira (06), no auditório Sérgio Guerra, na ALEPE. A iniciativa partiu das deputadas Delegada Gleide Ângelo (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e Dani Portela (Psol), presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular. Também participaram da mesa a educadora Rosimere Nery, representante da Campanha Levante Feminista contra o Feminicídio, o Lesbocídio e o Transfeminicídio, o promotor de justiça Westei Conde, a defensora pública Débora Andrade, a gestora do Departamento de Polícia da Mulher, Delegada Bruna Falcão, e a Diretora de Enfrentamento da Violência de Gênero da Secretaria da Mulher do Estado, Walkíria Alves. A líder do Governo na Casa, deputada Socorro Pimentel (União) também marcou presença.
O Levante Feminista apresentou um diagnóstico das carências enfrentadas pelas mulheres que buscam atendimento no Estado. “Num estado com 185 municípios, Pernambuco possui apenas 30 centros de referência em funcionamento, cinco delegacias especializadas em funcionamento integral. Das três casas da mulher brasileira prometidas, não há o início das obras de nenhuma delas”, pontuou a educadora. Representantes de organizações não governamentais e associações também vinculados ao enfrentamento da violência também questionaram a falta de investimento do orçamento público na rede de proteção. “Esse é um momento de integração. Com todo respeito, não é para uma diretora da secretaria da mulher está aqui falando sobre ações de equipamentos e mobiliário, são três anos de gestão! Precisamos do respeito e da presença da Secretária da pasta ou até mesmo da Governadora!”, destacou a Secretária da Mulher de São Lourenço da Mata, Monalisa Pinheiro.
A importância de uma rede de proteção integrada, que envolva diversos serviços públicos de atenção às mulheres, é um dos
pilares do trabalho da Delegada Gleide Ângelo na Casa Legislativa. Além do trabalho da polícia, a Delegada pontuou a urgência na oferta de atendimentos como assistência psicológica, jurídica e social. “A gente precisa que essa mulher, quando sai de uma delegacia, ela saiba que ela precisa entrar numa rede de proteção. E essa rede de proteção é pelos municípios, na maioria das vezes, pelas suas secretarias municipais. A roda não está funcionando porque a gente não tem um plano de segurança para as mulheres pernambucanas. Nesse plano de segurança, tem que entrar todo mundo”.

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