
Grande leilão portuário atrai investimentos de mais de R$ 2 bilhões em quatro terminais
Áreas são voltadas à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais; contratos serão de até 35 anos
Com investimentos e aportes de cerca de R$ 2 bilhões, quatro terminais portuários foram arrematados no primeiro leilão do setor em 2025, realizado nesta quarta-feira (30), na sede da B3, em São Paulo. Os terminais ofertados estão divididos entre o Porto de Paranaguá, no Paraná, e o Porto do Rio de Janeiro. O certame foi promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
O critério utilizado no leilão foi o de maior valor de outorga. O bloco leiloado é totalmente voltado ao agronegócio, e os contratos de concessão preveem a ampliação da capacidade logística para o escoamento da produção agrícola brasileira, viabilizando maior infraestrutura de transporte, além de gerar emprego e renda para as regiões envolvidas.
O ministro Silvio Costa Filho parabenizou os participantes e comemorou os resultados, afirmando que o país vive um momento de muitas oportunidades. “É impressionante como o mercado internacional está observando o país como uma grande janela de oportunidades, capaz de receber investimentos em diversas áreas e setores, e como somos um dos grandes players do mercado global. Temos um fortalecimento das nossas instituições, e o governo do presidente Lula tem procurado dialogar com todos os governadores para fortalecer a unidade da Federação.”
Costa Filho destacou que, entre 2025 e 2026, serão realizados mais 40 leilões no país. “Isso vai gerar desenvolvimento e contribuir para a descentralização do setor portuário brasileiro”, garantiu o ministro, que ressaltou ainda que os leilões realizados nesta quarta-feira, na B3, vão beneficiar o agronegócio brasileiro. “Hoje, esses quatro leilões olham para o agronegócio. Nossa expectativa é de que, neste ano, a balança comercial bata recorde, com superávit chegando, mais uma vez, a quase R$ 100 bilhões. Em dois anos de governo, já foram abertos quase 340 novos mercados para o Brasil. Tudo isso vai gerar e multiplicar os investimentos no país”, afirmou.
Para o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, o volume de investimentos obtido no leilão demonstra confiança nos negócios. “O corredor de importação do Porto de Paranaguá é, hoje, um modelo internacional que serve, inclusive, para balizar o preço da soja no mercado global, não apenas no Brasil. E, agora, estamos ampliando o nosso corredor de importação de 20 para 40 milhões de toneladas, com aumento da oferta e capacidade de mercado.”
Os leilões dos terminais fazem parte da política do governo federal de desenvolvimento dos grandes portos brasileiros, fundamentais para o escoamento da produção nacional. As três áreas ofertadas no Porto de Paranaguá — os terminais PAR14, PAR15 e PAR25 — são todas voltadas à movimentação de granéis sólidos vegetais. Os investimentos nessas áreas reforçam o papel estratégico do porto, que hoje é a segunda maior autoridade portuária do país e um dos principais corredores de exportação de commodities agrícolas.
“O porto vai continuar batendo recordes, superando os 60 milhões de toneladas movimentadas, que era uma meta do Ministério em 2024. Neste ano, no ritmo em que estamos, é muito provável que cheguemos a 70 milhões de toneladas”, afirmou o governador do Paraná, Ratinho Júnior.
O presidente do Porto de Paranaguá, Luiz Fernando Garcia da Silva, comemorou o resultado do leilão como reconhecimento do trabalho desenvolvido no porto e no estado. “Somos um conjunto imenso de 440 trabalhadores que acreditam no nosso potencial, e, por isso, alcançamos esse resultado hoje. É também uma prova da credibilidade do Estado do Paraná, capaz de estruturar grandes projetos que geram mais empregos e postos de trabalho. Estamos entregando o resultado que a sociedade merece.”
Terminais de Paranaguá
No Porto de Paranaguá, o PAR25 foi arrematado pelo Consórcio LDC, com outorga no valor de R$ 219 milhões. O terminal também receberá um aporte de R$ 304 milhões em investimentos públicos. O projeto visa à regularização das áreas operacionais e à expansão da infraestrutura de escoamento da safra agrícola, fortalecendo a competitividade do porto no cenário internacional. O PAR25 será concedido por 35 anos.
Já o terminal PAR14, também em Paranaguá, foi arrematado por R$ 225 milhões pelo BTG Pactual Commodities. O terminal receberá aporte público de R$ 477 milhões. A concessão será por 35 anos e, entre as melhorias previstas, está a construção dos novos berços do “Píer T”, com sistemas modernos de despoeiramento, elevadores de canecas, torres de transferência e balanças de fluxo. A conexão com o sistema Moegão será obrigatória desde a fase inicial, com a instalação de duas linhas transportadoras, capazes de movimentar até 2.000 toneladas por hora.
A concessão do PAR15 foi vencida pela Cargill Brasil, pelo valor de R$ 411 milhões. A área também receberá aporte público de R$ 311 milhões. A operadora será responsável por implantar quatro balanças e dois tombadores até o quinto ano de contrato, além de integrar sua operação ao “Píer T”, com capacidade mínima de movimentação de 2,2 milhões de toneladas por ano.
No Porto do Rio de Janeiro, o terminal RDJ11 foi ofertado com modelo simplificado de contrato e arrematado pelo Consórcio Porto do Rio de Janeiro, com valor de outorga de R$ 2,1 milhões e previsão de investimentos diretos da ordem de R$ 6,8 milhões. O contrato terá duração de 10 anos. O terminal é destinado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos e carga geral.
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