
Ciranda tem dia de programação especial na Fundaj
Em um mundo sem pandemia, a dança de roda reunia pessoas de todas as idades, gêneros e cores, de mãos dadas, no litoral pernambucano. Reconhecida manifestação cultural e ritmo, a Ciranda é celebrada em Pernambuco neste dia 10. Com uma programação de quase duas horas, disponível no YouTube, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) homenageou a mais antiga cirandeira do Brasil, a jaboatoense Dona Duda, que adotou o município do Paulista ainda na mocidade.
“Dona Duda já compôs mais de 200 cirandas e é um ícone da ciranda de Pernambuco e do Brasil”, recordou o presidente da Fundaj, Antônio Campos, na abertura do evento. Aos recém-completados 98 anos, no último dia 16 de abril, Dona Duda recorda as primeiras brincadeiras da infância e a posterior mudança para o Litoral Norte do Estado, quando ensinou as cantigas e dinâmicas aos filhos dos pescadores. Não demorou para que entrassem na roda também os adultos.
Produzido pela Massangana Audiovisual, o curta-documental “Dona Duda: a grande dama da Ciranda” resgata as histórias da cirandeira, contadas por ela mesma. Fotografias do início do movimento, histórias sobre o fenômeno que encantou até turistas e versos compostos ao longo deste quase um século de existência integram o registro. “Acredito que a ciranda seja a dança mais democrática do planeta”, defende o cantor e compositor recifense Ed Carlos.
Um dos maiores intérpretes de frevo do Estado, com direito a menção no Guinness Brasileiro, Ed Carlos fala do orgulho por ter conhecido a cirandeira. Ele é autor de uma canção em que homenageia Dona Duda. “Onde a gente chega sempre encerra o show com a ciranda”, conta, ao mencionar passagens inclusive na Europa. Experiência garantida pelo artista na programação, que faz um show especial no hall de entrada do Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte, no Recife.
Filhas do cirandeiro nazareno Mestre Baracho (in memorian), Maria Dulce e Severina Baracho recordam a história do pai, que deixou a Zona da Mata pernambucana para criar a sua ciranda no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Conhecidas em todo o Brasil por acompanhar a cirandeira Lia de Itamaracá e pelo projeto musical As Filhas de Baracho, a dupla canta e encanta. Na sequência, seus músicos apresentam os instrumentos.
Em sua participação, o prefeito do Paulista, Yves Seixas, defende a cultura e comemora a parceria com a Fundaj. Yves revela que em sua gestão pretende tornar o Forte de Pau Amarelo um equipamento cultural, com apresentação de artistas populares, logo que passar a pandemia. No local, ele afirma, será instalado um centro cultural em homenagem a Dona Duda da Ciranda. No encerramento, Ed Carlos, Dulce e Severina cantam: “Ô Dona Duda vamos cirandar?”.
Confira a programação completa em youtu.be/q_0eG0IGOlQ
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